quinta-feira, 26 de março de 2009




Cadê você que não chega?
E por que não chega?
Fico olhando da minha janela
Por entre a grade
(distância que nos separa)
Meu olhar é triste
Ou seria esperançoso
Não sei discernir
Só sei que te espero
E queria não te esperar
Não sentir que sinto sua falta
Ser indiferente
Sim
Queria a indiferença
A mornidão do olhar e do coração
Não
Não queria meu coração seco
Talvez esperar aponte para uma esperança
Que não pode morrer
Quem sabe você nem chegue
Ou chegue
Eu não sei
Mas vivo o presente
Pensando que o passado já foi pior
E não sei se os dias futuros serão melhores
Se serão os lindos dias da mais doce alegria
De que fala o poeta
Não sei se rirei
Se chorarei
Se lamentarei, como hoje,
As oportunidades perdidas
Amor não vivido
Sequer iniciado
A frouxidão
O medo de arriscar
De, ao menos, tentar ser feliz
Tentativas de felicidade
Efêmera
Bem verdade e muitas vezes
Mas tentativa...
Esperança...
E ela tem de existir
Para não se ter apenas um vácuo
Uma maior expressão da falta de sentido do existir
Perdidos na areia
Na areia do deserto
Da solidão
Dos apuros
Da vida
Do suborno

Imposição

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